A Fundação - 2 de Janeiro de 1921

Belo Horizonte cresceu entre casas, conjuntos arquitetônicos, escolas, hospitais, igrejas, fábricas, hotéis e clubes construídos pelos imigrantes italianos - operários, comerciantes, industriários. Em grande número as famílias italianas se instalaram na cidade, voltando-se para o ramo de atividades essenciais: alimentos (padarias e massas), restaurantes, cerâmicas e ladrilhos, alfaiatarias, barbearias, transporte de carga e fábricas, entre outros. Entre muitas realizações, a colônia italiana fundou o seu clube de futebol - o PALESTRA ITÁLIA, que mais tarde, transformou-se em CRUZEIRO. Um clube que fez história (e ainda faz), conquistando títulos inéditos para MG e uma grande torcida, já na era do Mineirão.

A história de um dos maiores clubes do país começou numa fábrica de calçados - da firma Agostinho e Ranieri Filhos - localizada num antigo prédio da rua Caétes. No início dos anos 20, um grupo de esportistas italianos - jogadores e associados do Yale Atlético Clube (agremiação que congregava imigrantes da Península) - reunia-se, habitualmente, nesse local, para discutir os acontecimentos esportivos da cidade. Insatisfeitos com o fraco desempenho do Yale nas competições, resolveram fundar um novo clube para congregar somente membros da colônia italiana, seguindo o exemplo de seus conterrâneos em São Paulo que, em 1914, fundaram o Palestra local. A iniciativa foi de NULO SAVINI, DOMINGOS SPAGNULO, SÍLVIO PIRANI, JOÃO RANIERI (o dono da fábrica de calçados), HENRIQUETO PERANI, JÚLIO LAZZAROTTI e BRAZ PELEGRINE. A proposta teve apoio de famílias tradicionais como os NOCE, MANCINI, SAVASSI e LODI e de toda a colônia italiana radicada em BH. No dia 2 de janeiro de 1921, nascia o clube da colônia, com o nome de SOCIETÁ PALESTRA ITÁLIA. A reunião foi presidida pelo cônsul italiano da época e a ata, redigida no idioma deles, registrava as seguintes resoluções: ingresso na agremiação restrito a italianos natos ou a seus descendentes diretos; mensalidade no valor de 3 mil réis (para associados e jogadores); uniforme do time nas cores verde, vermelho e branco (representando a bandeira italiana). A primeira diretoria foi eleita por aclamação: Presidente: Aurélio Noce Vice-presidente: Giuseppe Pena Secretário: Bruno Piancastelli Tesoureiro: Aristóteles Lodi Comissão de Esportes: Domingos Spagnulo,João Ranieri e Antônio Noce.


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O Início - 1921

  • O primeiro time do Palestra foi formado, em sua maioria, por jogadores italianos dissidentes do Yale. O Atlético, América, Guarany e Ipanema que tinham membros da colônia ficaram sem eles.

  • O clube se filiou à Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT) e o Palestra para passar para a primeira divisão teve que se submeter a um teste: enfrentar o campeão da Segunda Divisão e o último colocado da Primeira. Venceu ambos: o Ipanema por 2x1, e o Palmeiras, campeão da Segunda Divisão, por 3x2.


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1922

  • Admitido pela LMDT para o campeonato Mineiro de 22, o Palestra começa a se preparar. No primeiro jogo contra o Atlético, o Palestra vanceu por 2x0, com Nulo, Henriqueto e Polenta, Grande, Galo e Quinino, Pedersolli, Parisi, Nani, Atílio e Armandinho.

  • O Palestra ficou com o vice campeonato de 1922.

  • Logo depois, o clube perdeu o campo de treino, já que o terreno herdado do Yale, foi desapropriado pelo governo estadual. Para treinar, tinha que pedir o campo emprestado ao Atlético.

  • Em dezembro de 1922, a diretoria do Palestra adquirio por 50 contos de reis o terreno da Prefeitura, no Barro Preto.


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1923

  • Em setembro de 1923 o Palestra inaugura o estádio JK, num jogo contra o Flamengo e empata por 3x3. NA preliminar, o América com um time reserva, venceu o Atlético por 3x0.

1925/1926

  • Em dacadência por não aceitar sócios e jogadores que não fossem italianos, a Diretoria eliminou essa cláusula do estatuto.

  • Mudou também a grafia do nome - de Societá Sportiva para Sociedade Esportiva Palestra Itália. Começa a mudar o clube que durante muito tempo foi um time de bairro italiano, uma paixão italiana.


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O Primeiro Título - 1928/1929/1930

  • O Palestra adere ao 'profissionalismo marrom', já instalado no Rio e São Paulo, e reforça seu time com jogadores de São Paulo como Morganti, Arnaldo, MOrgantinho, Gutierrez e Osto. E buscou no Sírio de BH os craques Nereu e Zezinho.

  • O Palestra consquista seu primeiro título: o campeonato mineiro de 1928, com 7 vitórias, 2 empates e 1 derrota.

  • Em 1929 o Palestra conquistou o bi-campeonato e em 1930 conquistou o tri. Ambos invícto, sem perder um ponto sequer e revelando um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos: NIGINHO.



  • Depois do tri campeonato os ídolos palestrinos NININHO, NINÃO e NIGINHO foram contratados pela Lazio da Itália. E o Palestra não conquistou mais títulos na década de 30.


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1935 até 1940

  • Em 1935 o craque NIGINHO retorna da Itália.

  • Em 1940 o Palestra foi o campeão mineiro de Profissionais.

A Mudança de Nome - 1942

  • Por causa da Segunda Grande Guerra e da aliança Itália Alemanha, o clube teve de mudar de nome para Sociedade Esportiva Palestra Mineiro.

  • Quando o país declarou guerra aos países do eixo, a maioria dos italianos já tinha se naturalizado. para evitar retaliações, o presidente do clube na época resolveu arbitrariamente, sem consultar o Conselho Deliberativo, a mudar o nome para Ypiranga.

  • Logo após, o time perde para o Atlético de 2x0 e o Conselho do Clube revoga a decisão do presidente e por unanimidade adota o nome de CRUZEIRO ESPORTE CLUBE tendo como símbolo as cinco estrelas do Cruzeiro do Sul no peito e como cores o azul celeste e o branco

1943/1944/1945

  • Nos três primeiros anos, o CRUZEIRO foi a sensação de Minas. Ganhou o tricampeonato de 1943, 1944 e 1945.

  • A torcida tornou-se tão grande como a do América, segundo maior clube do estado.

  • Depois disso foram 10 anos sem conquistar títulos.


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Saindo da Crise dos Anos 50 - 1956/1959/1960/1961

  • Em 1956 o Cruzeiro foi declarado campeão junto com a Atlético, numa decisão dos tribunais.

  • Nesta época apareceu um torcedor que não perdia nem treino e que seria mais tarde o maior presidente do clube de todos os tempos: Felício Brandi.

  • Para superar a crise dos anos 50 o Cruzeiro investe nas categorias de base e em novas contratações, formando um time com a experiência dos veteranos e a força e o talento dos jovens como Hilton Oliveira e Procópio.

  • Em 1959, o Cruzeiro foi campeão mineiro com uma grande equipe: Genivaldo, Procópio, Massinha, Nilsinho, Amauri de Castro e Cléver; Raimundinho, Émerson, Dirceu Pantera, Mirim e Hílton Oliveira.

  • Em 1960 Rossi substituiu Mirim e o Cruzeiro foi bi-campeão.

  • Em 1961 Felício Brandi assumiu a presidência e o Cruzeiro ganhou o tri-campeonato. Ele ficou no clube até 1981, e foi o responsável pela construção da TOCA DA RAPOSA, o centro de treinamento mais moderno do país, onde até a seleção brasileira já esteve concentrada, na preparação das copas de 1982 e 1986.


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O Rolo Compressor - 1965 até 1977

  • Em 1965, dois meses após a inauguração do Mineirão (5 de setembro de 1965), o Cruzeiro conquistou o Campeonato Mineiro.

  • Em 1966, após a desastrosa participação brasileira na Copa do Mundo da Inglaterra, o Cruzeiro reanimou a torcida nacional - descrente com a qualidade de nossos craques - ao vencer de maneira irretocável a VII Taça Brasil. Conquistando o primeiro título nacional da história de Minas Gerais.

  • O Cruzeiro foi penta-campeão Mineiro em 1965/66/67/68/69.

  • O Cruzeiro foi tetra-campeão Mineiro em 1972/73/74/75.
  • 1974, o ano que não terminou... O Cruzeiro não é um time que reclame de arbitragens, como alguns por aí. que sempre que são derrotados, colocam a culpa nos arbitros. Mas em 1974, o Cruzeiro era o melhor time do Brasil e foi prejudicado perimeiro pela CBF (antiga CBD) que transferiu o jogo final para o Maracanã alegando falta de segurança do Mineirão (absurdo !!!). Depois, o soprador de apitos ARMANDO MARQUES, garfou descaradamente o Cruzeiro e deu a vitória ao Vasco da Gama.

  • Em 1976, conquista a Libertadores da América. Outro título inédito para Minas Gerais.

  • Também em 1976, uma das grandes decepções na vida do Cruzeiro: a derrota no mundial interclubes para o Bayern de Munique. No primeiro jogo em Munique o Cruzeiro jogou com neve e foi derrotado por 2x0, no jogo de volta empate de 0x0.

  • Em 1977 o Cruzeiro conquista seu último título da década de 70. Campeão Mineiro em cima do Atlético de Reinaldo e Cerezzo, que se diziam imbatíveis.


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Nova Crise 1978 até 1984

  • Neste período o Cruzeiro ficou em jejum e não conseguiu montar equipes nem mesmo razoáveis.

  • Em 1980, o Cruzeiro aplica a maior goleada da história do Mineirão: 11x0 no Flamengo de Varginha, pelo campeonato Mineiro.

O Recomeço - 1984 até 1989

  • Em 1984, o Cruzeiro volta a ser campeão Mineiro, desbancando o Atlético numa goleada histórica: 4x0 no primeiro jogo. Apesar de ter perdido o segundo jogo por 1x0, o Cruzeiro foi o legítimo campeão Mineiro de 1984.

  • Nesta final, um fato histórico : pela primeira vez, a torcida cruzeirense superou os atleticanos no estádio. Era a confirmação de que o Cruzeiro, que já havia superado o América, superou também o Atlético e se tornou o clube mais popular de Minas.

  • Em 1987 o Cruzeiro também foi campeão Mineiro.

O Time da Década - 1990 até hoje

  • Campeão Mineiro de 1990

  • Campeão do I torneio dos Campeões de Minas Gerais em 1991

  • Campeão da SuperCopa em 1991.

  • Bi-Campeão da SuperCopa em 1992.

    RENATO GAÚCHO foi um dos destaques do Cruzeiro na temporada de 1992. Ele foi o artilheiro da competição com 6 gols. Contra o Nacional da Colômbia ele marcou 5 dos 6 gols da vitória cruzeirense por 6x0 no Mineirão. Na final contra o Racing da Argentina, 4x0 no Mineirão e 0x1 em Buenos Aires.

  • Campeão Mineiro invícto em 1992.

  • Campeão da Copa do Brasil em 1993.

  • Campeão Mineiro invícto em 1994.

  • Campeão da Copa Master 1995.

  • Campeão da Copa Ouro 1995.

  • Campeão da Copa do Brasil 1996.

  • No campeonato mineiro de 1997, um novo marco histórico. Foi na final, no jogo Cruzeiro 1x0 Villa Nova que aconteceu o maior públio já registrado na história do Mineirão 132.000 pessoas.

  • Campeão da Libertadores pela segunda vez em 1997.

  • Mais uma vez, os alemães levaram vantagem. Foi na decisão do Mundial Interclubes onde o Cruzeiro perdeu em Tóquio para o Borussia Dortmund por 2x0.

    O Cruzeiro contratou BEBETO, DONIZETE e GONÇALVES para a decisão, mas não conseguiu entrosar o time a tempo, e perdeu para a forte equipe alemã, do zagueiro brasileiro JÚLIO CÉSAR.

  • Tri-Campeão Mineiro em 1996/1997/1998.

  • O ano de 1998 não foi rico em títulos (somente o tri Mineiro). Mas foi um marco na história do Cruzeiro, que chegou em outras três finais: Copa do Brasil - Onde perdeu para o Palmeiras (1x0 no Mineirão e 0x2 no Morumbi), Brasileiro - Perdido para o Corinthians (2x2 Mineirão, 1x1 e 0x2 Morumbi) e Mercosul - Perdido para o Palmeiras (2x1 Mineirão, 1x3 e 0x1 no Palestra Itália).

  • A comprovação final: O CRUZEIRO TEM A MAIOR TORCIDA DE MINAS !!! O diário dos esportes LANCE!, publicou uma pesquisa junto com o IBOPE, cujo resultado afirma que o CRUZEIRO possui 26% da torcida de MG, seguido pelos OUTROS CLUBES com 22% e só então o ATLÉTICO com 16%. (O AMÉRICA tem menos de 0,5%)


Fontes:
Revista Esporte 100 (Publicação da Sec. Municipal de Esportes de BH)
Revista PLACAR: As maiores torcidas do Brasil
Revista do Cruzeiro


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